terça-feira, 20 de maio de 2014

Meu Porto...

Passámos as últimas duas semanas em idas e voltas ao Porto, por vários motivos que acabaram por encontrar-se no tempo.

A primeira ida e volta, nada planeadas e um pouco contra a vontade, fizemo-las em 32 dolorosas horas de condução. Antes de vir para cá, tinha jurado a pés juntos que jamais faria estas viagens à emigrante da velha guarda: porque era perigoso; porque era inconsciente; porque era um absurdo; porque não se justificava, quando existiam companhias aéreas low-cost; e por muitos outros motivos, que já nem sequer sou capaz de enumerar.
A verdade é que, quase um ano depois da nossa mudança definitiva para Paris, já fiz duas viagens de carro a Portugal e estou a planear mais uma para breve. Quando se começa a fazer contas e as tais companhias aéreas começam a subir os preços de forma patética, tentando tirar partido da onda de emigração, quase nos apetece elaborar um pequeno plano de vingança, que lhes mostre como não precisamos delas. Inútil e até um pouco idiota, eu sei; mas, cá dentro, acaba por fazer algum sentido, sobretudo quando se colocam na balança os motivos que nos levam a regressar.

É verdade que a viagem me deixou incrivelmente rabugenta durante os primeiros dias; mas é também verdade que os momentos que passamos em Portugal, perto dos nossos, são insubstituíveis! Independentemente dos esforços que façamos para estarmos lá, são impagáveis os jantares de sushi entre alguns dos amigos mais queridos, os cafés com a minha assistente de bordo preferida no topo de um dos hóteis com mais charme do Porto, ou os lanches à beira-mar em black&white; não têm preço os dias de praia e almoços na esplanada com a noiva do momento, os convívios de primos, ou os momentos com as nossas afilhadas e os pais delas; não há nada que possa substituir as tardes de compras com a amiga-quase-irmã, os concertos dela, ou os passeios que damos juntas, com vista para o Douro.


Independentemente da forma como chegamos e como partimos, estes e tantos outros momentos fazem invariavelmente com que todo e qualquer esforço valha a pena, porque é tão bom estarmos com aqueles que serão sempre nossos, apesar da distância! E, verdade seja dita, há uma certa graça em ver o sol pôr-se e nascer ao volante de um carro...

1 comentário:

  1. Cada vez que te leio, o coração aperta um bocadinho... Mas o sorriso volta porque sei que regressas sempre para junto dos teus! :)

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