terça-feira, 14 de outubro de 2014

Norte

A minha irmã é uma espécie de norte, que me faz encontrar o meu lugar em qualquer sítio do planeta.
Lembro-me de, com 12 anos, me ter achado na Finlândia durante duas semanas, longe dos meus pais, da minha língua, do meu país e de tudo o que tinha conhecido até então. Estranhamente, a sensação de desconforto que me invadia durante o dia (apesar de todas as coisas magníficas que visitava e aprendia), desaparecia à noite, quando a luz se apagava e ali ao lado dormia a minha irmã, como tinha acontecido durante todas as noites da minha vida. Uma espécie de norte, como eu dizia...


Este fim-de-semana, ela visitou-nos com o seu marido e a minha afilhada, que invadiu a nossa casa de traquinices e muita alegria!! A minha irmã veio encontrar-me aqui, ao fim de mais de um ano, numa vida que lhe era quase totalmente estranha, numa casa que ela desconhecia, com hábitos que diferem em [quase] tudo daqueles que ela me conheceu. E não foi até ela passar a nossa porta de entrada, na quinta-feira à noite, que me apercebi disso e que senti uma certa estranheza.


Tê-la por cá durante cinco dias foi o suficiente para  levá-la a ver tudo o que faz agora parte do meu dia-a-dia, dar-lhe a conhecer a cidade que me acolheu e criar com ela memórias neste lugar que lhe era estranho até há poucos dias.

A visita dela, de algum modo, trouxe mais um pequeno pixel à nossa imagem de habitantes desta cidade maravilhosa.

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