segunda-feira, 17 de novembro de 2014

La Bella Italia

Itália sempre me cativou: pelas belezas naturais, pelos séculos de história admirável, pela sonoridade sem igual da língua e por qualquer outro motivo que não poderia explicar, ainda que tentasse... fascina-me, simplesmente.
Apesar de sempre ter sentido esta quedinha pela bota europeia, a verdade é que estava já bem entrada nos vintes quando pus pela primeira vez o pezinho dentro dela, para um circuito simpático, que incluiu a terra do [também] nosso Sto. António, a romântica Veneza e mais algumas cidades do norte italiano.
Este ano, já não muito longe da entrada nos trintas, voltei (voltámos), para conhecer a cidade que um dia se fez império.

Partimos de Paris na sexta-feira ao fim do dia, animados com o destino escolhido para mais um fim-de-semana romântico. Não querendo que a cidade que nos acolhe nos julgue mal agradecidos, a verdade é que deixá-la durante uns dias limpa a alma e traz o ânimo necessário para continuar.


Roma recebeu-nos com um lindo dia de sol e temperaturas bastante agradáveis para a época, o que nos permitiu fazer a fila para a visita do Vaticano sem enfrentar intempéries desagradáveis. No meio de centenas de outras pessoas, lá esperámos pacientemente a nossa vez, coincidentemente à frente de dois casais alentejanos, que falavam e riam tão alto como qualquer português que se preze.

Ao fim de uma hora e meia de espera, conseguimos finalmente transpor a porta da Basílica de São Pedro, que se apresentou imponente perante os nossos olhos. O impacto não se desfez à medida que fomos percorrendo cada altar, até chegarmos ao fundo da imensa construção, que apresenta um corredor com nomes de basílicas e catedrais famosas, mostrando como a de São Pedro é o supra-sumo de todos os templos da igreja católica; assim em jeito de vaidade, vá... De resto, é esta a ideia que trago do Vaticano: um imenso ostentar de riquezas, que se revelam aos olhos dos visitantes a troco de uma boa quantia.
Enfim... questões ideológicas à parte, é algo digno de se ver, sobretudo pela sua vertente museológica.


Nos nossos planos, seguiu-se o Castelo de Santo Ângelo, construído no ano 135 pelo Imperador Adriano, para lhe servir de mausoléu. Continua de pé e em bom estado até aos dias de hoje, uma vez que foi tendo diferentes utilidades, quer para o Vaticano, quer para o poderio italiano. Do terraço onde se ergue o Arcanjo São Miguel, pode desfrutar-se de uma vista fantástica sobre o Rio Tibre, a Ponte de Santo Ângelo e o Vaticano, ligado a este castelo através de um corredor fortificado.

Terminada a visita, passeámo-nos pelas ruas de Roma, agora debaixo de algumas pingas teimosas. Mas a mudança do tempo não nos incomodou: fomos caminhando calmamente, partilhando o guarda-chuva e aproveitando a dose de romantismo que a chuva traz invariavelmente. Foi debaixo de chuva que encontrámos a Piazza del Popolo, a Piazza di Spagna e a Fontana del Tritone, na Piazza Barberini. Depois a chuva deixou-nos e nós continuámos o nosso caminho, invadidos do mesmo romantismo, em direção à Basilica di Santa Maria degli Angeli e dei Martiri e à Piazza della Repubblica, antes de recolhermos ao nosso hotel, perto da estação.

No dia seguinte, a visita começou pela Basilica de Santa Maria Maggiore, magnífica e impressionante, de pé há mais de 1500 anos. Depois seguimos até ao Coliseu, ao Arco de Constantino e ao Monte Palatino, o que nos ocupou grande parte do dia e nos aguçou a curiosidade para aprofundar a história que já conhecíamos do Império Romano.
Sobrou-nos ainda o tempo para passarmos pela Piazza di Venezia, pela Fontana di Trevi, pelo Palácio de Exposições e pela Ópera de Roma.

Voltámos a Paris ao final do dia de domingo, não propriamente repousados, mas com o espírito totalmente restabelecido.

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