quinta-feira, 30 de julho de 2015

As férias de Verão e o Porto

Este Verão fomos ao Porto. Não houve outro plano de férias, senão esse: apenas e só uma viagem de regresso a ‘casa’, para rever os amigos, abraçar os próximos, derreter na praia, matar saudades dos nossos sabores, dar um saltinho às nossas lojas de eleição (que Paris não é assim tão mais forte em moda quanto se pensa por aí), organizar todos os nossos pertences que ainda por lá pairam e enviá-los para Paris. Tínhamos 17 dias para pôr o plano em prática – o que poderia correr mal?

Bem... quase tudo, na verdade.

As férias no Porto são um fenómeno que eu nunca hei-de compreender: por muitos dias de que disponhamos, o tempo evapora-se e nunca chega para todos os planos que queremos cumprir. Há sempre 1001 obrigações a cumprir, inúmeras pessoas a visitar e um sem fim de convívios onde é preciso marcar presença. E tudo o resto – tudo o que não é dedicado aos outros  acaba por ficar para um depois que nunca vem. É verdade que poderíamos dar prioridade aos nossos afazeres, mas penso que não está na nossa maneira de ser: entre o contacto com as pessoas e as nossas lides, acabamos por escolher invariavelmente a primeira opção.
É certo que o tempo não foi suficiente para a maior parte dos nossos planos, mas chegou-nos para o essencial. Chegou, por exemplo, para ver aquela que se tornou noiva em Paris dar o nó. Mesmo que este ano não tivesse feito mais nada no Porto, a viagem teria valido a pena para abraçar uma das noivas mais lindas que já vi e para observar de perto a felicidade que ela tinha estampada no rosto nesse dia.

O tempo chegou também para irmos matar saudades de Lisboa e daqueles que foram trocando (um pouco à força) a Invicta pela capital. Devo admitir que, dos 17 dias que passámos no Porto, apenas o fim-de-semana em Lisboa me soube realmente a férias: três dias sem planos, sem horários, apenas a aproveitar a boa companhia, os pastéis de Belém, os gelados da Santini, o mar de Cascais e o céu azul lisboeta.

O tempo foi ainda suficiente para marcar presença na festa surpresa dos 70 anos da minha mãe. Convidámos, eu e a minha irmã, toda a família para um almoço num restaurante à beira-mar (foi uma das muito poucas vezes em que vi o mar durante estas férias). Depois de vários dias a tentarmos arranjar um plano para levar a minha mãe àquele restaurante específico, sem que ela desconfiasse, foi ela mesma que acabou por sugerir um almoço fora e, guiada disfarçadamente por nós, fixou-se na opção daquele local.
Lá fomos os sete (bem... oito, que o novo sobrinho já vem a caminho) até ao local marcado e a minha mãe entrou no restaurante longe de pensar que tinha a família toda à espera dela. Quando todos se levantaram para lhe cantar os parabéns, ela achou engraçadíssimo estar ali alguém que também fazia anos... até se focar num dos cantores e perceber que era o seu irmão. A tarde dos 70 anos da minha mãe foi de mimo familiar e de muita alegria – como ela merece!

O dia seguinte trouxe a hora de voltar a casa, exatamente dois anos depois da primeira viagem. O tempo passa tão depressa...

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