quinta-feira, 24 de abril de 2014

Pâques à Paris

A nossa amiga Ryanair voltou a pregar-nos uma das suas partidas, que nos obrigou a passar a Páscoa em Paris. Pessoalmente, custou-me muito menos do que o Natal, uma vez que nunca fui grande apreciadora das tradições portuguesas desta festividade.
Receber o compasso em casa foi sempre, para mim, sinónimo de acordar cedo nas férias sem uma razão válida, o que, só por si, era motivo de irritação. Depois, para melhorar o meu bom humor, vinham as campainhas estridentes, os "Aleluias!" gritados ao desbarato, o beijar da cruz que passava pelos lábios da freguesia inteira (iac!) e, claro, a malinha preta para receber os envelopes bem recheados. No entanto, e apesar da minha forte aversão a esta tradição, nunca falhei uma visita pascal, enquanto vivi em Portugal: os meus santos paizinhos mereceram-me sempre, entre um monte de outras coisas, o respeito de estar presente para o acolhimento da cruz em sua casa. Além disso, tenho de admitir que o facto de o compasso da zona deles ser formado por um grupo de bons amigos do meu pai (e, durante alguns anos, pelo próprio) melhorava bastante o momento!

Este ano, os meus pais receberam o compasso sozinhos. E nós, por cá, tivemos tradições diferentes, em casa dos tios do meu marido. Não houve compasso, cruz, nem "Aleluias!". Mas, para compensar o facto de estarmos longe de Portugal, houve bacalhau assado no forno para o almoço de domingo.
Depois, seguiu-se a tradição de Páscoa à francesa (nada católica): a caça aos chocolates. Etiquetaram-se e esconderam-se os chocolates que avós, pais, tios e primos tinham comprado para as crianças e deu-se início à correria, que resultou em cestas bem recheadas de ovos e outras guloseimas. Pessoalmente, aprecio bastante este costume: primeiro, porque a expressão de felicidade das crianças é impagável; segundo, porque recebem tantos chocolates, que nem reparam quando os adultos lhes roubam alguns, às escondidas. Yummi!

Adoro também o facto de, por cá, termos feriado na segunda-feira de Páscoa; não apenas por ser mais um feriado, mas também porque isso significa que as famílias voltam a reunir-se para continuar as celebrações pascais, quase como acontece no Natal.
Juntámo-nos à família para almoçar e conviver mais um pouco e, ao fim da tarde, rumámos ao Palais Garnier, para assistirmos à ópera L'Italiana in Algeri. Apesar de ser um estilo bastante particular de espetáculo, esta ópera de Rossini agradou-nos pelo seu caráter cómico, que nos proporcionou um final de Páscoa bastante divertido.

1 comentário:

  1. Adoro também o facto de, por cá, termos feriado na segunda-feira de Páscoa; não apenas por ser mais um feriado, mas também porque isso significa que as famílias voltam a reunir-se para continuar as celebrações pascais, quase como acontece no Natal......
    ....Aproveito este comentário para me alegrar com este dia de Festa com vocês ... e dizer que eu fui à Igreja, Beijei a Cruz do Amor até à última gota de sangue .... reconheci Jesus na eucaristia ... e não tive chocolates, nem ópera... mas também fiquei feliz neste dia de Páscoa!!! Quero essa vida nova de Jesus: Paz, Amor, Justiça, Bondade, misericórdia, ... família e crianças felizes!

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