Esta semana voltámos ao Porto. Não por muito tempo: pisámos o chão da nossa cidade durante cerca de 30 horas... apenas o tempo de ir gritar "Surpresa!!" na festa do 70.º aniversário do meu pai e aproveitar um pouco a companhia da família.
A minha irmã decidiu, este ano, fazer uma festa surpresa para o meu pai, reunindo toda a família: afinal, não se faz 70 anos todos os dias. Por algum motivo, este fim-de-semana os preços das viagens da minha querida amiga Ryanair dispararam; mas partia-me o coração não poder estar presente no evento. Vai daí, lá arranjámos umas viagens com horários estranhos e demos [quase literalmente] um saltinho ao Porto.
Alojámo-nos em casa da minha irmã, o que me permitiu desfrutar do acordar sorridente da minha afilhada e de uma manhã inteirinha a mimá-la... mesmo que não houvesse uma festa, só esta manhã teria feito a viagem valer a pena!
Rapidamente, a hora da festa aproximou-se. Começaram a chegar os irmãos do meu pai, os cunhados e os sobrinhos, todos preparadíssimos para a reunião em honra dele. À hora combinada, a minha mãe trouxe o meu pai, que foi bombardeado com gritos de "PARABÉNS!!", com ramos de flores, com discursos dedicados a ele, com abraços e sorrisos. E ele, que é uma das pessoas mais emotivas que conheço, ficou imóvel, a assistir a tudo isto, com a lágrima no canto do olho.
Quando eu e o meu marido nos apresentámos perante ele, achei por momentos que tanta surpresa ia correr mal: durante dois segundos, vi-o recuar dois ou três passos, com a respiração suspensa e o ar de quem tinha visto uma assombração, enquanto a minha mãe, ao seu lado, convencida até aí de que estava a par de todas as surpresas, se apercebeu de que não era bem assim e soltou um grito de espanto, acompanhado de uma cascata de lágrimas. Depois os dois segundos passaram, o meu pai caiu nele e eu tive direito àquele abraço que só divido com uma outra pessoa no mundo e que me faz tão bem!
Parabéns, paizinho! Que tenhas uns 70 muito felizes!
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