Ontem foi dia de irmos ver o nosso cantor em ação, na Ópera da Bastilha. O Roi Arthus entrou em cena no dia 16 de Maio, sob encenação de Graham Vick.
O encenador inglês reuniu junto de si grandes estrelas como Thomas Hampson, Sophie Koch e Roberto Alagna, para dar corpo a uma intepretação algo excêntrica desta ópera de Ernest Chausson.

Os cavaleiros, por sua vez, são os próprios construtores e apresentam-se vestidos como se estivessem efetivamente numa obra em construção.

Bom, a nós, leigos na matéria, claro está, não nos pareceu assim tão mau. Ultrapassado o choque inicial, compreende-se a intenção de Vick de desconstruir o mito, minimizando os adereços para focar a atenção no drama da ação. E, na minha modesta opinião, há momentos de génio na visão do estrangeiro que veio, na opinião de muitos, assassinar a obra de Chausson: a altura em que os cavaleiros cantam "combateremos com estas armaduras brancas" e erguem no ar livros de capa branca ou o decompor do cenário, que vai ardendo a cada ato, ao vivo, reduzindo-se no final a pouco mais do que cinzas, são realmente notáveis.
No final do que, para nós, foi um bom espetáculo, lá fomos esperar a nossa estrela (menos brilhante ainda do que o Thomas Hampson, certo; mas muito mais importante para nós) à porta dos artistas e regressámos juntos a casa.
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