Este fim-de-semana, Paris recebeu a visita de uma pessoa especial. Conheci-a quando comecei a trabalhar, naquela fase em que temos a vida toda à nossa frente e achamos que vamos fazer tudo melhor do que os outros alguma vez fizeram.
Dois meses depois, ela passou de minha colega a minha Diretora e penso que os meus anos de trabalho em Portugal nunca teriam sido tão enriquecedores, se isso não tivesse acontecido.
Passei vários anos sob a orientação dela, a vê-la pôr em prática projetos atrás de projetos, com ânimo e dedicação, mesmo quando as más-línguas lhe juravam insucesso garantido. Aprendi com ela muito do que hoje pratico no meu trabalho.
Dois anos depois de me ter despedido dela e da escola onde nos conhecemos, encontramo-nos aqui, longe da realidade que um dia nos juntou, ambas bastante mudadas, mas não demasiado para recordar os velhos tempos e passar um serão agradável na companhia uma da outra.
Queríamos levá-la, a ela e ao marido, a conhecer um restaurante tipicamente francês. Tinham-me falado no Écurie e já tínhamos tentado lá ir uma vez, mas encontrámo-lo, nessa altura, com lotação esgotada. Desta vez, fiz reserva e lá fomos os quatro descobrir esse peculiar cantinho parisiense.
O Écurie tem pouquíssimas mesas na esplanada e no piso de entrada, mas dispõe de uma pitoresca cave, com arcadas em pedra, que lembra os filmes que retratam as conspirações que precederam a Revolução Francesa. Foi na cave que nos colocaram.
Quando eu estava prestes a começar a traduzir a ementa, ela comunicou-me a sua recente decisão de tornar-se vegetariana, o que me fez pensar que a noite estaria estragada, sendo o Écurie um restaurante de carne. Mas ela lá adiou o seu vegetarianismo mais uns dias, para provar os bons pratos de carne franceses.
Ficámos fãs dos pratos simples, da boa disposição dos funcionários e do ambiente particular do Écurie, que, aliados à boa companhia, fizeram com que a noite fosse memorável.
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