segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fim-de-semana à nossa maneira (ii)

Este fim-de-semana ficámos por Paris, a aproveitar um pouco as pessoas que nos vão acarinhando por cá.

No sábado acordámos já um pouco tarde e, após um brunch caseiro, saímos para encontrar a minha cunhada e passear um pouco pela zona da Ópera e pelos Jardins des Tuileries, a aproveitar o sol fantástico de que Paris nos tem deixado gozar nos últimos tempos.
É curioso, aliás, ter-me queixado tanto dos dias cinzentos que Paris me traria e das saudades que sentiria do sol português, quando nos últimos meses tenho encontrado regularmente sol nesta cidade, enquanto ouço todos os meus amigos e familiares queixarem-se do Inverno rigoroso que atacou Portugal. Estou certamente errada, mas gosto de pensar que foi cortesia divina, para facilitar a minha adaptação (que me perdoem todos os meus em Portugal, mas é verdade que tem ajudado).

Com os níveis de vitamina D restabelecidos por este passeio solarengo, deixámos a minha cunhada e encaminhámo-nos para Este, para visitarmos os tios do meu marido, que estão a restaurar uma casa numa cidade do departamento 77. A casa tem-lhes dado mais trabalho do que esperavam, com obras mais demoradas do que o previsto e demasiado esforço da parte deles. No entanto, agora que estão a chegar à fase final e se começa a ver o resultado de tanto empenho, festejar tem de estar na ordem do dia, ainda que eles estejam em modo "gato escaldado de água fria tem medo", o que os faz querer comemorar apenas quando estiverem instalados.
Não lhe chamámos comemoração, mas sentámo-nos pela primeira vez à mesa na casa nova para um aperitivo, rodeados de caixas de tijoleira por colocar, de latas de tinta, de portas encostadas nas paredes; e nada disso importou, porque estávamos juntos, à mesa, a conversar e a rir, sabendo que dentro de pouco tempo acabarão as preocupações e as correrias e então poderemos voltar a este nosso velho hábito (um dos meus preferidos!) de nos juntarmos a quatro para um aperitivo ou um jantar em família noite dentro.

O domingo começou mais cedo, para nos prepararmos para receber a 'Guria de Porto Alegre', que veio almoçar connosco. Desde que a conheci, os pratos vegetarianos conquistaram definitivamente o seu lugar em nossa casa. Não é que não os fizesse antes; é só que, quando os fazia, nem sequer pensava se eram vegetarianos. Agora que ela nos faz companhia de quando em vez, e uma vez que gosto realmente de cozinhar, divirto-me a inventar novos pratos ou a adaptar alguns ao vegetarianismo. Desta vez, almoçámos uma espécie de lasanha de soja e espinafres, que saiu ainda mais deliciosa do que eu poderia ter previsto.
Passámos imenso tempo à mesa, antes de sairmos para aproveitarmos o sol de domingo, num passeio pela île St. Germain, uma ilha no rio Sena transformada em parque, muito perto de nossa casa.

Depois ela deixou-nos e nós voltámos a casa, ainda a tempo de nos recostarmos no sofá em frente a um filme e de ligarmos o Skype para falarmos com a minha irmã e o meu cunhado e para vermos a nossa doçura de sobrinha e afilhada, que ilumina qualquer dia, com um sorriso constante e as graças próprias de um bebé de 13 meses. Comentamos várias vezes que é incrível um ser tão pequenino ter a capacidade de nos deixar emocionados regularmente e de dominar pelo menos 50% das conversas de família. Mas é verdade que o faz e algo me diz que vai continuar, a julgar pelo efeito que tem em todos nós.

Aliás, o nosso fim-de-semana não poderia ter terminado de melhor forma, a olhar para a carinha sorridente da nossa pequenina.

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