segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Família, amigos e mar

Costumava dizer-se que Portugal era o país dos três f's... mas, se falamos dos f's de Portugal, eu guardo apenas um: o de família; e este não constava da lista original.
De resto, para mim, Portugal é o país dos 'a' de amigos e abraços, dos 'b' de bom tempo, dos 'c' de confeitarias e cafés, dos 'd' de dias longos, dos 'e' de emoções, dos 'g' de gente boa, dos 'h' de harmonia e hospitalidade, dos 'j' de jantaradas, dos 'l' de luares, dos 'm' de mar, dos 'p' de praia e primos, dos 'r' de risos e reencontros, dos 's' de saudade, sol e sobrinhos, dos 't' de tios e Tuna...

Este fim-de-semana, voltámos a tudo isto. Foram três dias cheios (como sempre que regressamos a Portugal), entre refeições em família, encontros com amigos e um casamento, que foi, na origem, o motivo da nossa viagem.

As emoções começam sempre no aeroporto, ao ver as pessoas que amamos e que nos esperam ansiosamente; aquelas pessoas que nos criaram, que nos habituámos a ver diariamente e de cuja presença e mimo nos vemos, subitamente, privados.
Mas isto é apenas o início do turbilhão de emoções que são todos os fins-de-semana no Porto: o regresso a um antigo local de trabalho; o espetáculo da amiga-quase-irmã, que se tornou uma artista talentosa e bem sucedida, quase sem se dar conta; a união de pessoas que nos são queridas, entre a família que está longe e cujas pequenas conquistas nos vão escapando; a visita à "sobrinha" que nasceu há dois meses, mas que ainda não conhecíamos; o reencontro com pessoas que nos fazem demasiada falta; a vista do mar, que nos deixa sempre nostálgicos; o abraço da irmã, que sabe a casa; o voltar a segurar nos braços as afilhadas, que crescem a correr e fazem descobertas diárias a que não assistimos... 
e o regresso ao aeroporto, para viajar até este lugar a que chamamos forçosamente casa, com o coração apertado.

Sim, o regresso é sempre o que mais custa. As viagens a Portugal são um alfinete no balão de proteção de emoções que vamos criando à nossa volta. Passamos semanas a habituar-nos à ideia de que é necessário cá estarmos; a olhar bem à nossa volta, para nos apercebermos que Paris é um sonho de cidade e que devemos aproveitá-la; a convencermo-nos mutuamente de que um emprego e uma vida estável compensam o que deixámos para trás. E, quando estamos bem e já nem pensamos assim tanto no dia em que vamos regressar definitivamente à nossa terra, chega mais uma viagem a Portugal. E, sem nos darmos conta, a viagem de regresso a Paris é feita a trocar ideias sobre empregos ou negócios que poderiam ainda ter saída em Portugal.

Infelizmente... a conclusão é sempre a mesma!

2 comentários:

  1. Texto lindíssimo!! Os meus parabéns! Deixaste-me emocionada...
    Não é fácil partir mas é ainda mais difícil não voltar.

    beijinhos e força!

    De: Ana Braga

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  2. Rais ta parta moça...!
    Feelings... Feelings everywhere!!!
    Bota um post de aniversário, fachabor!

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