Sushi à emporter

Sushi é algo que nos faz sempre crescer água na boca! Em Portugal, o nosso restaurante preferido era o Sakura, na Rua Sousa Aroso, em Matosinhos.

Descobri-o, por acaso, ainda antes de nos conhecermos, com aquela que viria a ser a minha imigrante preferida nos E.U.A. Nessa altura, não gostava de sushi! Mas gostava (como hoje) imenso dela, por isso, não me custava acompanhá-la. O Sakura acabou por se tornar um local de eleição, onde ela matava as saudades do sushi e eu dela! Lembro-me de jantares intermináveis, acompanhados de longas conversas, partilhas pessoais, risos e até algumas lágrimas, que chegavam mais facilmente com a presença da maravilhosa sangria de vinho branco!
Foi com ela que comecei a tentar gostar de sushi e, ainda hoje, o sabor traz-me sempre memórias doces e muitas saudades do tempo em que bastava um telefonema para tê-la por perto!


Depois, quando conheci o meu marido, quis partilhar com ele aquele restaurante cujo ambiente eu adorava, apesar de não ser fã do prato principal que por lá se servia. Curiosamente, foi nessa primeira noite em que o levei ao Sakura que comecei a apreciar sushi e foi nessa noite também que aprendi a utilizar os hashi japoneses, em vez dos talheres. Talvez o amor me tenha alargado os horizontes...

Certo é que o Sakura acabou por tornar-se parte da minha e da nossa vida: foi lá que passámos serões inteiros a conversar e a rir demasiado alto, sob o olhar inquieto dos restantes clientes; foi onde várias vezes jantámos com amigos que nos eram queridos; foi palco do jantar que antecedeu o pedido de casamento e o anel, que nos trouxeram até aqui; foi o selecionado para me despedir da vida de solteira de uma das minhas maiores amigas; e foi lá, finalmente, que me despedi de todos os meus colegas de trabalho e dos anos que passei a ensinar em Portugal.

Por cá, não temos Sakura. Mas o sushi continua a trazer-nos memórias de bons momentos! Felizmente, descobrimos, mesmo ao pé de casa, um restaurante japonês chamado Thon Nagasaki. Não é o Sakura, mas... é bastante bom!

Ontem o meu marido chegou a casa, depois de mais uma semana demasiado longa, e sugeriu sushi à emporter e sessão de cinema. E eu olhei para ele e fiquei a pensar em como estes pequenos prazeres fazem a vida valer a pena e em como todos se tornam ainda melhores com ele!