quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Cinema em Paris

Ontem foi dia de cinema. Por incrível que pareça, ainda não tínhamos ido ao cinema em Paris, apesar de termos falado no assunto imensas vezes. Por falta de tempo ou esquecimento, os meses foram passando, sem que nos decidíssemos a dedicar uma noite ao grande ecrã.

Mas ontem chegou, finalmente, a noite de experimentar os cinemas franceses. Não tivemos coragem de escolher o verdadeiro cinema francês, em que os atores americanos aparecem no ecrã com vozes desconhecidas, a falar a língua de Voltaire. Não; procurámos um lugar que oferecesse versões originais.
O escolhido foi o Gaumont Convention, um cinema de rua com 6 salas, bastante próximo de nossa casa. A última vez que tinha ido a um cinema de rua era ainda uma criança, por isso, a experiência foi muito bem-vinda! Para ser sincera, sentia algumas saudades de poder desfrutar de um filme, sem ser obrigada a percorrer um shopping cheio de gente, antes de entrar na sala de cinema.

Não sei bem por que motivo, a nossa escolha de filme foi o Gravity; e digo que não compreendo o motivo, porque, por norma, não gosto de filmes no espaço. Mas as críticas eram ótimas e eu deixei-me convencer, levando o meu marido atrás de mim. A verdade é que, sentados nos bancos do cinema, com os óculos 3D ridículos pousados no nariz, olhámos várias vezes um para o outro, incrédulos com a escolha que tínhamos feito.
Do George Clooney, quase nem sinal! Penso que, no total, nos agracia com a sua presença durante uns 10 minutos... e esses são os 10 minutos que valem a pena, já que a personagem que interpreta dá algum ritmo ao filme. De resto, é como se estivéssemos constantemente a assistir ao início de um filme: não há desenvolvimento, não há ação, não há clímax... há apenas uma sucessão exagerada de problemas, que a personagem um pouco apática da Sandra Bullock vai resolvendo, quase sem entusiasmo. E, quando as letras Gravity aparecem, a indicar o final do filme, é como se nos dessem uma bofetada na cara, para nos castigar pelo dinheiro que acabámos de gastar, porque o desfecho é tão irrealista e insatisfatório quanto o resto do filme.

Admito que o facto de estarmos, ao longo de todo o filme, à espera de um desenvolvimento, possa quase transportar-nos para uma dimensão espacial, onde a ausência de gravidade nos mantém suspensos. E, se foi essa a intenção inicial, muito bem: objetivo cumprido! Além disto, devo confessar que não vejo qualquer interesse no filme! Mas, mais uma vez, talvez isso se deva ainda ao facto de os filmes no espaço não serem a minha praia...

Feito o balanço, foi bom para ficarmos com vontade de voltar rapidamente e ver um filme melhor!

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