Fim-de-semana romântico

Ontem foi feriado, o que significa que tivemos direito a fim-de-semana prolongado. O segundo consecutivo, visto que o dia 1 de novembro não foi erradicado por cá. Curiosamente, ainda assim, a economia vai funcionando... o que me faz pensar que, se calhar, os grandes senhores de Portugal andam um pouco desviados da essência do problema!

Politiquices à parte, o meu marido ofereceu-me, como presente de aniversário, este fim-de-semana prolongado em La Rochelle, para fugirmos de Paris e do mundo e passarmos uns dias dedicados só a nós.  À chegada, na sexta-feira à noite, depois de quatro horas de estrada, ficámos imediatamente fascinados com a vista noturna da marina, envolvida em efeitos de luz e no seu ambiente histórico, com a Tour de La Chaîne e a de Saint Nicolas como pano de fundo. E sentimo-nos bastante agradados, ao confirmar que o hotel Le Yachtman, que tínhamos reservado, ficava mesmo em frente a esta vista fantástica.

No sábado, saímos para visitar a Île de Ré, cuja ligação ao continente é feita através de uma ponte. Como já tínhamos previsto, a chuva acompanhou-nos, o que nos levou a aguardar uma boa meia hora, no interior do carro, antes da visita a Saint-Martin-de-Ré. Convencidos, enfim, de que a chuva não daria tréguas, saímos, munidos de dois guarda-chuvas e botas impermeáveis, preparados para o pior. É verdade que ficámos encharcados, mas valeu a pena: a pitoresca vila de pescadores é bastante bonita, mesmo com chuva torrencial. Reparámos, aliás, que a chuva deve ser algo habitual para os locais, dado que todos saíam à rua de galochas e impermeável, mas sem guarda-chuva. Penso que toda a gente percebeu facilmente que éramos turistas, só pelo facto de termos um guarda-chuva aberto.

Percorremos as ruas da cidade, visitámos a marina, casas típicas e a igreja local e, quando estava tudo visto e já nos dirigíamos para o carro, a chuva decidiu, enfim, recolher-se.

Aproveitando as boas graças do tímido sol, visitámos as Écluses à poissons da ilha, que a maré baixa nos permitiu percorrer.

A vista do mar imenso é absolutamente impressionante! Tivemos a sorte, além disso, de essa vista ser acompanhada pelo início de um pôr-do-sol com cores lindíssimas.

De volta a La Rochelle, jantámos num pequeno restaurante central, onde a sopa de peixe e os mexilhões foram os pratos de eleição.

No dia seguinte, tivemos sol! E foi incrível como a cidade se encheu de gente, como se todos os habitantes estivessem à janela, só à espera desta oportunidade, para porem o nariz fora da porta. Bem... "à terra onde fores ter, faz como vires fazer"! Por isso, seguimos o exemplo: pusemos o nosso próprio nariz fora da porta e fomos aproveitar o sol, numa visita demorada a todos os recantos da cidade, entre os quais nos marcaram o mercado e a marina, que, mesmo sem as luzes da noite, não perde o encanto.

Voltámos a jantar num restaurante local, chamado Iséo - Bistrot de la Mer, que combina os pratos típicos de peixe com sabores orientais, obtendo resultados brilhantes! Tudo, desde as entradas às sobremesas, estava extremamente delicioso!

Ontem, iniciámos a viagem à hora do almoço, para tentarmos evitar as filas de trânsito, no regresso a Paris. Felizmente, conseguimos! Chegámos a casa ainda a tempo de relaxar no sofá, em frente a um filme, terminando o nosso fim-de-semana em beleza!