segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Aniversário em família

Nem sempre se pode escolher o sítio onde se vai viver e eu não escolhi. No entanto, quando reflito sobre qual seria o meu lugar de eleição (se tivesse de optar por um qualquer no mundo, longe da família e dos amigos), acabo por concluir que, mesmo que tivesse feito uma escolha, estaria, muito provavelmente, exatamente onde estou agora.
Não quero viver em Paris para sempre e duvido que alguma vez deseje isso para nós: fazem-me falta o mar, as esplanadas, o sol, o calor humano e a boa disposição da gente do Porto!
Mas Paris é maravilhosa! Visitei-a inúmeras vezes antes de me mudar para cá, vivo cá há meses, percorro estas ruas diariamente e... apercebo-me que continuo a ficar deslumbrada com tudo o que me rodeia! Por isso, sim... Paris é o meu lugar de eleição, mesmo que não tenha sido uma escolha: por tudo o que representa, e ainda mais pela proximidade que nos permite manter da nossa gente!
Disciplinámo-nos, desde a nossa chegada, a não deixar que a correria do dia-a-dia nos impedisse de voltar a Portugal uma vez por mês. E temos cumprido, até hoje, contando como um bónus as visitas que recebemos cá.

Este fim-de-semana tivemos a visita dos meus pais, para o meu aniversário. Chegaram na quinta-feira à noite, com um sorriso enorme e o entusiasmo de quem quer muito ver de perto como passamos cada segundo do nosso dia-a-dia.
Como nunca tinham visitado Paris, quisemos mostrar-lhes um pouquinho da cidade, ainda antes de irmos dormir, apesar da hora tardia. Percorremos as ruas de carro (porque, para mim, até as ruas mais simples e pequeninas de Paris têm encanto) e fomos mostrar-lhes os Champs Elysées, o Arco do Triunfo e a Torre Eiffel, antes de nos dirigirmos para casa.

 
No dia seguinte, fomos tomar o pequeno-almoço ao Quartier Latin... crepes, claro!! Foi o primeiro momento guloso do fim-de-semana, entre muitos outros que lhe seguiram. Depois, parámos na livraria Shakespeare & Co., que me encanta a cada visita, e daí seguimos para a Catedral Notre-Dame de Paris, que deixou a minha mãe boquiaberta.


Para o nosso almoço, escolhemos um restaurante bastante fora do comum, na Rue du Commerce, que se chama precisamente Le Café du Commerce. É um restaurante em três pisos, com vegetação no interior e uma varanda central nos dois pisos superiores. Os pratos são fantásticos, confecionados na perfeição e servidos com gosto. Foi o local ideal para festejar o primeiro aniversário em Paris. 



Durante a tarde, ainda houve tempo para visitar o Hôtel des Invalides, o Panthéon e um dos meus locais de culto preferidos em Paris, a igreja de Saint-Étienne-du-Mont, onde está sepultada a padroeira de Paris, Sainte Geneviève.
Depois, a chuva forte atraiçoou-nos e acabámos por voltar a casa, para um jantar quentinho, seguido de uma interpretação a quatro dos parabéns, com um bolo caseiro.

O dia seguinte começou cedo: ainda havia um longo programa a cumprir! Saímos de casa em direção a Montmarte, berço dos artistas, e passámos algum tempo na praça onde eles se reúnem, a Place des Artistes, nas traseiras do Sacré Coeur, a apreciar o trabalho dos pintores e a ouvir as cantorias tipicamente francesas, com direito a filmagens e tudo, porque os meus pais não queriam que ficasse nem um pequeno momento por registar, de tão encantados que estavam.

Fizemos a tradicional visita à Basílica do Sacré Coeur e depois fomos descendo as ruas de Montmartre, até ao Quartier Pigalle, onde fomos tirar a típica foto em frente ao Moulin Rouge.

De Montmartre, seguimos para os Jardins et Palais du Luxembourg, para fazer mais um "check" na lista de locais a visitar. Passeámos um pouco pelos jardins, descansámos nos bancos em frente ao lago e seguimos o nosso percurso, em direção ao Louvre.

Atravessámos a Pont des Arts, onde aproveitámos para procurar (e encontrar!) o aloquete que lá deixámos há quatro meses, como símbolo do nosso casamento. E chegámos ao Louvre já no lusco fusco, com as primeiras luzes a acenderem e a criarem uma mistura de cores fantástica, ao som de uma música clássica, interpretada por um artista de rua. Foi um momento emocionante para os meus pais.
Depois de termos percorrido o Jardin des Tuileries, já após o cair da noite, quisemos aproveitar o bom tempo que nos tinha agraciado todo o dia e subir à Torre Eiffel, para uma vista panorâmica sobre Paris. Mas a chuva voltou a pregar-nos uma partida, chegando em força quando estávamos quase a alcançar as bilheteiras.
Decidimos que esse seria um bom motivo para eles voltarem cá e acabámos por desistir da ideia. Fomos passear mais um pouco de carro, já que a chuva não permitia grandes caminhadas, e aproveitámos para mostrar-lhes a Ópera de Paris, mais um dos edifícios monumentais desta cidade, antes de voltarmos a casa.

O último dia em Paris foi dedicado à visita do Château de Versailles, que fez as delícias finais dos meus pais.

Foram três dias cheios, em que conseguimos cumprir o plano ambicioso que tínhamos delineado. E a emoção que vimos nos olhos deles ao longo do fim-de-semana compensou todas as correrias :)

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