A semana passada, o casal de brasileiros quis combinar um almoço comigo e com a Guria de Porto Alegre, num restaurante que tinham descoberto e que tinha a particularidade de albergar uma quantidade considerável da gataria parisiense.
A Guria recusou logo que se falou em gatos e manteve-se fiel à sua decisão, quase tanto quanto à sua falta de à-vontade com os felinos. Já eu... bem, eu tenho um fascínio por gatos, por isso, o convite foi muito bem-vindo!
O encontro ficou marcado para ontem, ao almoço, e eu convidei a minha cunhada, que tem vindo também a habituar-se ao convívio com gatos, desde que se vê forçada a encontrar-se com dois exemplares da espécie, sempre que nos visita.
À hora marcada, lá nos dirigimos para o Café des Chats, na Rue Michel-le-Comte, debaixo da chuva teimosa que tem invadido Paris. Não foi difícil encontrar o lugar: através de uma grande vidraça, avistámos quase imediatamente dois felinos com ar preguiçoso, estendidos em pequenos ninhos.
No hall de entrada, uma jovem expôs-nos as regras do local, de forma simpática, mas firme: não alimentar os gatos; não deixar que subissem para as mesas; não tirar fotografias com flash; não acordar os felinos, caso estivessem a dormir. Esclarecidos estes pontos, indicou-nos a porta da sala de refeições, que atravessámos, para encontrar um ambiente calmo e familiar, que os vários felinos sonolentos ajudavam a criar.
Funcionários simpáticos apresentaram-nos a carta, com pratos simples. Fizemos as nossas escolhas e, na verdade, ficámos bastante surpreendidos com a qualidade da refeição: pratos e sobremesas tinham ótima apresentação e sabor que lhe correspondia. Honestamente, tínhamos pensado que, sendo um restaurante temático, a comida acabaria por ser passada para segundo plano, o que não acontece, de maneira nenhuma. Foi uma surpresa agradável!
Conversámos, tirámos fotografias, acariciámos os gatos e brincámos com eles, ao longo de uma refeição bastante divertida.
É um fenómeno curioso o que acontece dentro deste restaurante: todas as pessoas interagem não apenas com os gatos, mas umas com as outras, o que faz com que nos sintamos, de certa forma, em casa.
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