segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Fim-de-semana à nossa maneira


Estamos no início das férias de Natal, altura em que Paris se despede de uma grande parte dos seus habitantes habituais. Não é uma despedida definitiva, mas um 'até já'; é apenas o tempo de estes habitantes fazerem as pazes com a azáfama diária que por cá se vive. Não é fácil viver em Paris, tal como não é fácil viver em qualquer outra grande cidade, suponho. Sendo verdade que uma parte do mundo sonha acordada com uma vida aqui, não é menos verdade que uma grande parte da parte do mundo que cá está sonha diariamente com uma vida longe do turbilhão da Ville Lumière. Claro que este não é um sonho genuíno: poucos trocariam este lugar por outro qualquer no mundo. Mas a verdade é que é do conhecimento geral que um parisiense que se preze escapa-se da sua cidade ao fim-de-semana e foge-lhe a sete pés sempre que tem férias.


Apesar de não sermos parisienses de gema, também nós tínhamos vontade de fugir a sete pés para a nossa terra, nesta época festiva. Mas, de alguma forma, encontrámo-nos presos à Paris natalícia, abandonada aos turistas.


Neste início de férias, antes da época alvoroçada que se avizinha e que nos trará várias visitas, festas e pouco tempo a dois, reservámos o fim-de-semana só para nós, no conforto do nosso lar.

Permitimo-nos deitar e acordar a horas pouco adequadas, tomar pequenos-almoços assemelhados a brunches à hora a que deveríamos almoçar, comer doces compulsivamente, fazer novas experiências gastronómicas, passear sem olhar para o relógio, preparar aperitivos para brindarmos a nós e a tudo o que temos vivido juntos e ver filmes e séries até termos os olhos em bico.
Terminámos o fim-de-semana com aquele sentimento um pouco absurdo de 'I did it my way' (que Sinatra me perdoe!), porque, mesmo que tenha sido só um fim-de-semana sem acontecimentos excecionais, a verdade é que todos sabemos que nem sempre as obrigações do trabalho, da família ou simplesmente do dia-a-dia nos deixam desfrutar da vida à nossa maneira, como desejaríamos. Por isso, sim, ficou-nos este vago sentimento de orgulho pela forma como aproveitámos o nosso tempo a dois.
 
Ao final da noite, recebemos a minha sogra, acabadinha de chegar de Portugal, com ânimo redobrado, prontos para as festas à francesa. E nada melhor, para começar, do que uma ceia com vinho, queijo e pão... à francesa.


Sem comentários:

Enviar um comentário