Estamos no início das férias de Natal, altura em que Paris se despede de uma grande parte dos seus habitantes habituais. Não é uma despedida definitiva, mas um 'até já'; é apenas o tempo de estes habitantes fazerem as pazes com a azáfama diária que por cá se vive. Não é fácil viver em Paris, tal como não é fácil viver em qualquer outra grande cidade, suponho. Sendo verdade que uma parte do mundo sonha acordada com uma vida aqui, não é menos verdade que uma grande parte da parte do mundo que cá está sonha diariamente com uma vida longe do turbilhão da Ville Lumière. Claro que este não é um sonho genuíno: poucos trocariam este lugar por outro qualquer no mundo. Mas a verdade é que é do conhecimento geral que um parisiense que se preze escapa-se da sua cidade ao fim-de-semana e foge-lhe a sete pés sempre que tem férias.
Apesar de não sermos parisienses de gema, também nós tínhamos vontade de fugir a sete pés para a nossa terra, nesta época festiva. Mas, de alguma forma, encontrámo-nos presos à Paris natalícia, abandonada aos turistas.


Permitimo-nos deitar e acordar a horas pouco adequadas, tomar pequenos-almoços assemelhados a brunches à hora a que deveríamos almoçar, comer doces compulsivamente, fazer novas experiências gastronómicas, passear sem olhar para o relógio, preparar aperitivos para brindarmos a nós e a tudo o que temos vivido juntos e ver filmes e séries até termos os olhos em bico.


Ao final da noite, recebemos a minha sogra, acabadinha de chegar de Portugal, com ânimo redobrado, prontos para as festas à francesa. E nada melhor, para começar, do que uma ceia com vinho, queijo e pão... à francesa.
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