
Penso que se percebe que as pessoas ainda são nossas, quando elas mobilizam os seus dias, entre os imensos compromissos, para tentarem passar connosco alguns minutos, por poucos que sejam. É assim, pelo menos, que percebo que a minha gente ainda é minha, sempre que volto ao Porto: mesmo que nem sempre lhes consiga dar toda a atenção devida, quando estou aqui, a centenas de quilómetros de distância, eles continuam à minha espera, como se nada tivesse mudado.

Há os que se preparam para mudar de casa, de cidade ou de país; há os que trocam de emprego ou simplesmente de projeto; há os que iniciam novas relações, os que começam a pensar em casamentos ou uniões de facto e ainda os que aprendem a ser pais.

Sim, há estes que estão perdidos no meio do sistema... e, curiosamente, estes não parecem mais abatidos do que os outros, com a situação que os rodeia. Há um sentimento geral de desânimo e falta de esperança, que não deveria ser típico de quem tem pouco menos (ou mais) de 30 anos e muita vida pela frente.
Bem... talvez seja isso mesmo: os 30 trazem a lembrança de que há uma vida a construir e o nosso país não lhes dá asas para fazê-lo; e aqueles que a construíram começam a sentir dificuldade em mantê-la.
Mas quem está fora; quem chega e ouve todas estas novidades, percebe que o que é importante é que todos eles vão tendo a força de continuar, de pensar em novas soluções para ultrapassar as barreiras que o país lhes impõe. Todos avançam e todos parecem felizes, de uma forma ou de outra... e é fantástico voltar a todas estas pessoas, que são minhas e que mantêm os sorrisos francos do meu país, apesar de todas as dificuldades!
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